Quando terminam os relacionamentos amorosos
Obs. este post é para quem ama de verdade, ou para quem já amou. Se o amor que você diz sentir não é verdadeiro ou é com base em conveniências, não leia este post. Ele não serve para você.

Sim, há quem duvide do sentimento, mas de fato, os relacionamentos acabam; como um 'destino cruel' se contrapondo à nossa ingênua ideia de história perfeita. Vão-se os anéis – divididos em doze vezes sem juros no cartão – e até os dedos, as cartas de amor, os dentes, o embrulho do primeiro presente, as fotos deletadas do computador ou arrancadas das paredes, o papel do Sonho de Valsa... E o pior nisso tudo é saber que romances rompidos também acabam conosco, de pirraça.
Quando os relacionamentos terminam 'precisamos' cortar os cabelos, mudar as cores dos esmaltes de unha, ressuscitar amizades – como se as outras pessoas fossem coisas ao nosso dispor. Por vários dias ainda vamos querer ver o outro morto, é claro, e desejaremos fortemente que isso aconteça o mais rápido possível, para nos encher de culpa no segundo seguinte até pegarmos o telefone, com o pretexto de confirmar que 'está tudo bem', a praga não pegou. Amantes, somos todos patéticos – alguém não já disse isso? Ex-amantes, infinitas vezes pior.
Aliás, o prefixo "ex" abre vários parênteses em qualquer texto. Não é sempre que aceitamos o outro na condição de "ex" nem aceitamos essa como nossa atual condição. Porque ex sugere algo que não serve mais e, na pior das hipóteses, devemos servir ainda para alguma coisa. Acreditamos não estar preparadas para vê-lo com outras, que não é hora de apagar seu número da agenda telefônica, que podemos continuar frequentando a casa dele (afinal, a-do-ra-mos a ex-cunhada e a ex-sogra)... E nos apegamos a cada bobagem, como se fosse agradável prolongar agonias.
Os relacionamentos terminam mal, melhor não criar ilusões de civilidade. Não é preciso odiar nem cair no simulacro dos melhores amigos. O preciso é dar vazão a lágrimas, pensamentos e sensações que têm de se esvair. E romper logo esse cordão umbilical que nunca existiu, mas, até ontem, era como se existisse. Por mais cruel que isso possa parecer. E triste.
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